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terça-feira, junho 13, 2006

Ela... 

Ela desce a escada da frente de olhar contente
Vai de sapatilha amarela, tão bela, tão dela...
Num salto lá do alto, chega perto do asfalto,
Olha para a rua, alegre rua... é sua

Ela olha assim o mundo, e sem fim vê fundo
essa ruela tão dela, de luz amarela, é bela...
Nesse momento o vento afaga-lhe o pensamento,
Sente-o imposto no rosto... e toma-lhe o gosto

E vem-lhe à memória outra história, certa glória
Seu peito perfeito, satisfeito, fica sem jeito...
Seu olhar de tanto amar faz lembrar o mar,
Azulado está embriagado pelo fado... do seu amado

A rua muda de tom e enche-se desse som, tão bom
Ela canta, ela encanta e ninguém se espanta...
A ansiedade enche-lhe a vontade de necessidade,
e ela corre, escorre, dilui-se... quase morre

Passa a correr sem se perder, sem saber
A calçada não faz nada, a seus pés de fada...
E ela voa nesse brilho que se escoa, da sua pessoa,
E numa ansia, à distância... vê seu amor de circunstância

Seu amado pasmado, pobre coitado é apanhado,
Seu olhar de presa, noutra beleza, cai na surpresa...
Ela não chora, e ela não cora... mas seu coração vai embora
E a rua escurece e carece... esse amor que ela esquece

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