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quarta-feira, junho 21, 2006

Forma da minha necessidade... 

Tenho sede de ti, morro feito vontade
Fome desse corpo que é ausência íntima de mim...
Vazio meu, que sinto feito ansiedade,
Forma da minha necessidade...
deixas-me sempre assim

Extensão do meu querer, desejo de minha intimidade
És corpo de fogo que me queima sem respeito...
Meu gemido contido, grito da minha vontade,
Forma da minha necessidade...
deixas-me sempre sem jeito

Calor de pernas esguias, curvas da minha felicidade
Paixão de olhar terno és ausência do meu fado...
Aterro no teu ventre, lânguido de ansiedade,
Forma da minha necessidade...
és meu único pecado

És cheiro que sinto com gosto, única realidade
Sabor que retenho nos lábios feito carente...
Suor que me escorre desejo feito saudade
Forma da minha necessidade...
és assim e eu sou demente

terça-feira, junho 13, 2006

Ela... 

Ela desce a escada da frente de olhar contente
Vai de sapatilha amarela, tão bela, tão dela...
Num salto lá do alto, chega perto do asfalto,
Olha para a rua, alegre rua... é sua

Ela olha assim o mundo, e sem fim vê fundo
essa ruela tão dela, de luz amarela, é bela...
Nesse momento o vento afaga-lhe o pensamento,
Sente-o imposto no rosto... e toma-lhe o gosto

E vem-lhe à memória outra história, certa glória
Seu peito perfeito, satisfeito, fica sem jeito...
Seu olhar de tanto amar faz lembrar o mar,
Azulado está embriagado pelo fado... do seu amado

A rua muda de tom e enche-se desse som, tão bom
Ela canta, ela encanta e ninguém se espanta...
A ansiedade enche-lhe a vontade de necessidade,
e ela corre, escorre, dilui-se... quase morre

Passa a correr sem se perder, sem saber
A calçada não faz nada, a seus pés de fada...
E ela voa nesse brilho que se escoa, da sua pessoa,
E numa ansia, à distância... vê seu amor de circunstância

Seu amado pasmado, pobre coitado é apanhado,
Seu olhar de presa, noutra beleza, cai na surpresa...
Ela não chora, e ela não cora... mas seu coração vai embora
E a rua escurece e carece... esse amor que ela esquece

segunda-feira, junho 12, 2006

Ressaca 

Tenho o neurónio desidratado,
pensamento desgastado, desfocado...
O estômago não fala, manda recado,
ao discernimento... maltratado.

A consciência está na urgência,
fixada na radiografia da evidência...
E o corpo, em permanente decadência
é a transparente essência... da emergência.

Os sentidos, embrutecidos, estão perdidos,
sentem-se esquecidos, os ouvidos...
Os olhos ressequidos estão destituídos,
dos gostos excluídos... nos cheiros desconstruídos.

A lembrança, aviva a crença da matança,
Aquele copo, o da esperança, foi vingança...
Aquela dança, que me alcança foi gota de mudança,
e o corpo, cansa... a memória que descansa.

Assim estou, e neste estado sempre vou,
aquele que dançou, que bebeu tudo e voou...
Sou o que emborcou, e que notou, e que se matou,
e que não percebe bem... se é nisto que se tornou.

domingo, junho 11, 2006

Meus queridos... 

Aqui comigo, estão todos os que amo...
Cravados no peito, onde permanecerão até ao fim

Nesta árvore de sentimentos, são o mais alto ramo,
para estarem sempre mais perto de mim...

Na confusão desta vida, são quem primeiro chamo,
quando do alto do ramo, não vejo o meu fim...

Por vocês darei tudo sem um reclamo,
porque são tudo o que preciso enfim...

Meus queridos, como vos amo,
são o melhor sorriso de mim...

E quando sorrindo vos chamo,
sei que serão para sempre assim...

terça-feira, junho 06, 2006

Poesia a dois 

Como gostaria, de um dia,
fazer uma verdadeira poesia...

Poesia de corpos, a dois tempos
Primeiro tu, e os teus momentos
depois entrava eu a cantarolar
as coisas boas que tenho para te dar

Entras tu a seguir... grande calma
pôr tudo a brilhar com a tua alma
Depois vinha eu, cheio de vontade
olhar, contemplar e perceber essa verdade

Logo atrás esse teu jeito, de pôr tudo a eito
porque sei que tu sabes que sou imperfeito
E agora eu... sim é a minha vez,
e fazia te olhar para as coisas que não vês

E tu furibunda por perderes a razão
levantavas o braço, ameaçavas com a mão
arrancar do meu peito essa minha verdade
de te saber como és, linda na realidade

E tu mais serena, entrando na cena
carinho para aqui, ali uma pena
obrigavas-me a agir... assim,
agarrando-te e puxando-te para junto de mim

E assim agarrados, os dois enamorados
faríamos os poemas de corpos encantados
e de toques sedentos e olhar insano
aguardávamos impacientes... o cair do pano

Acredito 

Acredito nessa grande verdade,
que se pega ao corpo como cheiro bom
Que nos faz chorar tanta vontade
da nossa eterna liberdade,
que se ouve longe... sem emitir som

Acredito nessa grande essência,
que nos eleva o corpo como brisa suave
Que nos carrega a alma de permanência
sem tirar de nós a existência,
de sermos assim... como asas de ave

Acredito nesse grande amor,
que se agarra ao coração como pureza
Que nos inunda o corpo de calor
se entranha na vista com tamanha cor,
que nos enche tudo... de beleza

Acredito nessa grande luz,
que nos ofusca o olhar de encanto
Nos toca fundo porque nos seduz
pela imagem que só em nós produz,
e que dança ao som... do nosso espanto

Acredito nessa grande humanidade,
que para sempre buscará imensidade
Acredito porque sinto que é verdade
que todos nós como humanidade
seremos para sempre... eterna vontade

segunda-feira, junho 05, 2006

Aquele dia... 

Naquele dia sombrio... dia frio
dois olhares se cruzaram num desvio
dois corpos caminharam pés descalços
duas mãos descaídas se buscaram em enlaços

Naquele dia de querer... querer vazio
juntaram-se animadas por um rio
duas bocas que procuradas no momento
revelaram-se em clarão de deslumbramento

Naquele dia distante... dia esguio
duas sombras levantaram-se em desafio
e unidas pelo peito alcançaram
a razão, o respeito... e se tocaram

Naquele dia de calor... calor bravio
duas almas ambicionaram um calafrio
e dançaram e rodaram tanta dança
que juntas deram à luz a esperança

Naquele dia que passou, passou vadio
duas razões iluminaram o gentio
e em resplandecente fulgor incendiaram
o mundo todo por onde passaram!!!

domingo, junho 04, 2006

À Noite 

À noite...
quando os olhares se cansam
as esperanças descansam
e o som desvanesce...
só a tua imagem permanece!

À noite...
quando as mãos se ausentam
do que os braços não aguentam
e a cor escurece...
só o teu olhar aquece!

À noite...
Quando o querer é vago
e a vontade é um lago
e navegar é o que apetece...
só a tua forma é minha prece!

À noite...
Quando esquecido da vida
com o corpo em descida
e a alma se tece...
só o teu sorriso ela carece!

À noite...
Quando perdido nos sonhos
a fugir de seres medonhos
a tua luz aparece...
o meu coração se engrandece!

quinta-feira, junho 01, 2006

Ahh vida!!! 

Meu coração está hieno
não aguenta a emoção
de que está pleno...

Tanto sentimento,
concentrado num só espaço
Tanto momento,
apertado num abraço
Tanta lágrima,
esvaziada pela vida
Tanto riso,
colorido de mobida
Tanta canção,
cantada a peito cheio
Meu pobre coração,
que te rachas pelo meio
Tanta cara,
conhecida do amor
Tamanha beleza,
meus amigos de valor
Tantos tangos,
dançados pela calle
Tanta musica,
lançada ao deus me valhe
Tanto texto,
pintado em corações calientes
Tantas horas,
bebendo com os parentes
Tanta vida,
tanta hora boa e bela
Nosso caminho,
é iluminado por uma estrela
Tanta photo,
partilhada c´os insanos
Não me importo
o meu coração é vosso...hermanos

Meu coração está cheio,
de cariño de família e
...está a meio...

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