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segunda-feira, julho 03, 2006

Sinfonia para o coração... 

A verdade entrou pelas frestas da janela do teu quarto feita raios de luz que, reflectida no teu corpo de anjo, afastou de mim essas mentiras velhas para o breu no fundo da escada do teu prédio. O teu sorriso sincero tinha razão, procurei saborear nos teus lábios revoltos... meu amor, enrosquei na tua anca, no teu joelho e por fim, feito criança, na ponta dos dedos dos teus pés carinhosos. Minha deusa feita carne, acariciei... no teu peito desafiador. No teu olhar brilha a coragem desse amor por descobrir em que mergulho fundo, ansioso por te encontrar, pensamento de águas límpidas. Como te adoro, mordisco no teu pescoço arrepiado... como te quero, beijo abaixo... avivando o calor de nossos pecados. Tu silenciosa respondes gemendo baixinho no meu ouvido e então sinto... quero te tanto, dizes-me de língua colada à minha orelha... és o sol que risca verdades nos vazios do meu corpo ansioso, atiras... sem vergonha contra meu peito. De respiração acelerada meus olhos gemem, não pares... nas tuas mãos que gritam vontade pelo meu tronco nu. De dedos curiosos, percorres a extensão ofegante de meu peito acelerado...não vou parar, lanças... com o olhar em fogo agarrando-me para um beijo. De lábios colados um no outro murmuramos promessas ofegantes. As nossas mãos, que se procuram loucas por todo o lado, são desejos que gemem sem nexo loucuras nessa linguagem antiga tão nossa. Ouve-se funk no ar e então tudo vira do avesso. Os teus olhos acusam a chama que sinto no meu corpo, ofegante em espasmos. Agarro-te, aperto- te contra mim feito desejo e tu, suada de necessidade, arranhas-me pecado com os dedos cravados nos meus ombros. Em movimentos descontrolados impomos ritmos de tango, vai e vem louco de descoberta e afastamento. De gemidos fixos no tecto danças vontade de me abraçar mais perto e sorris... tens de me apanhar, empurras-me para longe... fugindo pelas almofadas. Sorrio um, minha vontade de fugir contigo ... que lanço das mãos que procuram o teu corpo suado. Num movimento rápido, passas para cima de mim e mudas o tom da conversa. Entra um slow na rádio do fundo do teu quarto e os teus olhos são agora murmúrios suaves, de encantamentos e volúpia. Sorris de olhos sentidos... és o calor da minha vida, expiras plena de felicidade. Todo o teu corpo é o meu riso e, a compasso, gemes baixinho essa verdade eterna e doce... amo-te. Arranco-te para o lado... amor é este momento, mordo-te no pescoço... sim, agarras-me nos braços.... e colados voamos livres para esse universo de explosões multicolores, sensações exuberantes e gritos heavy-metal, que entretanto nos chegam da televisão na sala de jantar. Com o suor a pingar-me dos olhos e o corpo no abandono do cansaço, olho-te fundo e sinto o teu sorriso melado... A música que vem da tua rua é sinfonia longínqua e suave, deixo de distinguir os violinos da orquestra da côr amendoada dos teus olhos ondulantes. Imagino o teu sorriso na penumbra que se abate sobre a minha voz e levanto voo no perfume suave dos teus cabelos exaustos...De relance, ainda vejo as cortinas amarelas do teu quarto tocarem-se, escurecendo o mundo à minha volta. Agarrado ao teu último suspiro, que me embala para longe, sinto a verdade do mundo iluminar o teu prédio inteiro afastando para sempre a dúvida do meu coração.

Comments:
nao falta aqui um casamento infeliz?
 
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