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domingo, maio 06, 2007

Estou triste... 

O sol escondia-se por detrás da colina de prédios da nossa velha cidade e espalhava pelo mundo os últimos raios de luz... 'estou triste...' disseste com um ar profundo... 'então?' perguntei com um carinho... 'é a vida... doi-me!' lançaste do fundo do peito.
Duas gaivotas que faziam ninho no prédio em frente cantavam à felicidade... 'como a vida doi-te?' perguntei enfentando a tempestade.
Encostada ao parapeito da janela da sala os teus cabelos dançavam ao sabor de uma brisa suave e brincavam com os reflexos dourados que ainda persistiam ao anoitecer... ' sinto a magia da vida a escoar-se pelos meus dedos, cansados de chorar a sua ausência... a poesia que vive em todos os sons deixou de me falar!'... a tua voz embalava a preocupação que comecei a sentir... 'deusa, tu és a magia do meu mundo... só o teu sorriso me encanta... só a tua voz me dá existência... nos teus olhos sinto-me pleno de felicidade... como estás só?'
Os teus lábios esforçaram um sorriso... que os teus olhos não acusaram. 'Como te posso enfeitiçar se perdi o invisivel mistério da vida?'. As tuas palavras falavam ao sublime e desarmavam-me ... 'é essa musica que ouço nos teus passos quando te vejo chegar luminosa, o cheiro que me chega pela manhã dos teus lábios adormecidos... o brilho que reconheço na tua aura maravilhosa...'
Contemplavas silenciosa a cidade... um último raio de sol, que insistia em te iluminar, escondeu-se atrás da antena parabólica do prédio de cima e os teus olhos escureceram... ' as tuas palavras falam-me ao coração mas a minha alma não as sente meu amor... perdi o riso que os ligava!'
O eléctrico para os Prazeres abanou o nosso prédio. O tilintar da sua campainha construiu uma estranha melodia com o chilrear ensurdecedor das aves que se preparavam para a noite... 'posso saber como perdeste o teu riso luminoso?'
Os teus olhos ensombraram-se com uma qualquer visão que não conhecia... procuravas-te no vazio do céu estrelado e podia jurar que no teu olhar brilhava uma estrela distante... 'não sei... acordei vazia... procurei encontrar-me no sorriso que me davas ao dormires... no cheiro dos teus sonhos... na suavidade das tuas mãos inertes, mas não consegui despertar deste pesadelo que me roi por dentro... achas-me ridicula?' e uma lágrima riscou a perfeição do teu rosto, iluminado pela lua cheia. 'Como ridícula? Ridiculos são os que deconhecem as tuas palavras apaixonadas. Os que ignoram as tuas lágrimas, que me apertam o coração!'
Toquei nos teus lábios ao de leve com os meus. Procurei reconfortar-te com a força que me restava depois de um dia complicado... 'Sabes que a magia não abandona o mundo... é o seu equilíbrio. Nela residem os mais altos valores humanos. Somos nós que a alimentamos, porque insistimos cantar ao sagrado!'... 'a poesia que teces com as teus gestos apaixonados, o calor que espalhas pelos que te rodeiam por acreditares que existes... a imensa alegria que despertas nos outros com o teu sorriso, que transborda da tua alma imensa... tu és a magia!'
Risos dos vizinhos do andar de cima chegavam a voar num sopro quente de verão que se aproximava devagarinho. A lua dançava nos teus olhos, que recomeçavam a sorrir... 'como te amo deusa...', 'nas dúvidas que crias constróis-te, nas tuas imperfeições esculpes o corpo de uma verdadeira poesia viva... tu és o sol que me aquece e a lua que me faz dançar. Enches-me de um riso bom, dás sentido a este caos que ameaça me engolir!'
A tua boca sorriu um beijo que me acendeu o coração. Poisaste a cabeça nos meus ombros e os teus cabelos acariciaram ao de leve o meu peito. Abraçados, dançámos ao ritmo da energia que escoava dos nossos corações, iluminando a cidade que se alegrava com a nossa força!
Os vizinhos, curiosos, vieram à janela contemplar a luz que irradiava do nosso abraço e suspiraram em unisono com as aves e com o vento quente que nos envolvia. Senti milhares de eléctricos abanarem o mundo inteiro aos nossos pés e, a rir, percebi o que te faltava.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Somos sombra do que fomos... 

De desilusão em desilusão
vamos secando o coração...
que já não sente e não bate,
e que se arrasta até ao baque!

E assim, de beijo em beijo
vamos esquecendo o desejo...
e por não sabermos como parar,
acabamos sem ter mais beijos para dar!

E de tristeza em tristeza
vamos esquecendo a beleza...
e de olhos abertos avançamos,
sem saber porque caminhamos!

Assim passo a passo vamos querendo,
arrastar este corpo, que morrendo...
vagueia sozinho sem partilhar,
o caminho que segue sem parar!

E quando o percebermos afinal,
acabamos por não sofrer nada de mal...
porque no fim somos sombra sem meta
e nem sentimos o sol que nos projecta!

domingo, janeiro 28, 2007

Aquilo que sou... 

No meu coração em fogo
arde a chama de ninguém...
e dessa chama que se solta
aqueço o tempo que não vem!

E do calor que me alimenta,
forço meus pobres pés descalços,
a seguirem incansavelmente,
por intrigas e percalços!

E nas pedras acutilantes,
que me rasgam pelo caminho...
castigo o meu amor próprio
e deixo-me caminhar sozinho!

E eis que grito à vida,
e arranco do fundo do mim...
'Sou eco num salão vazio!'
'Sou eternamente o meu fim!'

E para sempre, sou essa estrada,
que me corta, que me rasga, que sobrou...
Sou dor, sou tudo, sou nada...
que na estrada nem o eco deixou!

Se te sou... 

Consolo-me na tua ausência,
nessa tristeza que em mim cresce...
Faço-o por não saber largar...
essa dor que me rejuvenesce!

Quero ser-te felicidade,
mas sou te tristeza de mim...
se te amo roubo a mim próprio,
o desejo de te ser o meu fim!

Quero sentir no teu cheiro,
aquilo que sei desesperar...
porque no teu aroma profundo,
não serei razão de te cheirar!

No teu olhar sei-me perdido,
por não saber como te ver...
Olho-te, cego da vida
que sempre te quis oferecer!

Quero saber-te sorriso,
mas nele... nem sei o que sou!
Querer ser o teu riso agora
é ser o que a tua lágrima começou!

Se sangro amor, meu amor,
sangro a alma que te dei,
e se nessa dor te sangrar
por amor, meu amor... te esquecerei!

Matando-me sei que luto...
por esse luto que te sou!
Amando-te sei que mato...
tudo por que esse luto lutou!

domingo, outubro 08, 2006

Matei-te amor!!!! 

Nesse instante vazio senti e olhei,
e essa imagem carinhosa que te tinha rasguei.
E tudo o que eras, lancei mar adentro,
numa caixa de seda com uma tranca de vento!
E tudo o que te queria e em ti acreditei,
tranquei numa jaula, esqueci... já nem sei!
Esqueci o teu cheiro, o teu som, o teu gosto,
e numa gaveta sem portas, tranquei o teu rosto!
E aquele sorriso colorido que uma vez te notei,
numa praia deserta ao céu atirei!
E o calor que me deste, naquele dia cinzento
na noite mais escura ofereci ao relento!
E o riso que tinho, cravado em meu peito,
Perdi-o num rio, lancei-o num leito!
Por isso digo, bem alto onde vou:
‘Matei o amor! Morreu, acabou!
Arranquei asas, esventrei sonhos, chorei!
E na sede de amar, na sua canção me afoguei!’
E distante, esquecido, a alma condeno!
Ao isolamento que anseio... ao inferno!
E descalço, perdido, aos poucos me esqueço...
desse sonho que não quero mas em que permaneço!
E se um dia me olhares nos olhos, gritarei:
'Matei-te amor! Morreste, acabou!
E na alma que me deixaste, nesse pedaço que sobrou
apenas tenho a dor com que a tua voz me calou...'

domingo, outubro 01, 2006

E sobejou... nada! 

Tento respirar a custo... sinto um peso no coração e a medo perscruto-o na alma. Será por ti? Pelo que me fazes sentir? Maravilhosamente belo! Imensamente vivo! Há muito que não me sentia assim e, há mais tempo ainda, não sentia alguém como tu! Tu extrema beleza, tu verdadeira alma, tu encantamento de olhos transparentes! Ao ver-te como és sei-te meu sonho mais antigo! Na tua voz sonho acordado! E quando me envolves nesse carinho imenso que sai livremente do teu peito e sinto o teu cheiro estonteante, quero abraçar-te com força, apertar-te contra mim e dançar contigo essa musica maravilhosa que sempre ouvi dos teus lábios sinceros. E não quero largar das tuas mãos a suavidade com que sempre alegraste as minhas! És a ausência quente no meu corpo! E por te saber assim, quero por ti ser melhor! O arrepio que sinto pelo corpo quando te vejo é reflexo ardente desse oceano imenso que me fazes sentir no coração, ansioso do teu! E nos meus olhos encontrarás esse brilho com que me encheste por completo! E por mais que te procure nunca consigo satisfazer-me dessa imensa beleza com que me alegras os dias e todos os segundos em que me preenches com essa luz que sei que és! Fazes-me querer gritar ao mundo... 'Sou mudo sem ti!!!'
Mas na sombra, sofro por te querer demasiado e por não te ter o suficiente! Na tua ausência, sangro essa luz que és! E na escuridão que te substitui, reina mais uma vez o meu peito inseguro! E nessa escuridão em que me afogo, sei... fazer-te feliz é ser-me indiferente, agradar-te é afastar-me do que te sinto e fazer-te sorrir é por ti chorar! Por isso afogo-me nesse medo! De te ter tido tão pouco, e de te ter sido menos! De ter sorrido tanto sem te ter feito mais feliz! De ter visto sorrir por ter chorado todas as lágrimas que me restavam!

domingo, setembro 24, 2006

Chorei por te abraçar... 

Ontem dancei no teu sorriso,
brinquei feliz no teu olhar
perdi-me no teu pensamento
para na tua essência me reencontrar

Ontem senti-te na alma,
deitei-me contigo a sonhar
e no teu sorriso sincero
senti a canção do meu olhar

Ontem acreditei sem pensar
e assim... sem me preocupar
senti-te comigo no mundo
que tenho para te acarinhar

Ontem chorei por te abraçar
e navegavam loucuras antigas
nas minhas lágrimas sentidas
onde o teu coração veio desaguar

quinta-feira, setembro 07, 2006

Teu doce olhar... 

Doce olhar de voz ausente,
graça... dança...
oceano incandescente!
Olhar de mulher criança
... meu suspiro permanente!

Reflexo de olhos meus...
mundos que dos olhos teus,
são doces brilhos estrelados...
que nos meus sinto espelhados!

Calma visão insegura
irrequieta... curiosa...
quente fogo de ternura
Sonho bom que cheiro rosa
és metade da minha loucura!

Deusa de olhos meus,
paixão que dos olhos teus,
na minha alma aos bocados...
são teus olhos dois pecados!

Suave forma de olhar
doce... maravilhosa...
som distante, som de mar
Jeito de mulher fogosa
beleza inocente de estar

Mulher de olhos meus,
desejo que dos olhos teus,
agitam os meus maravilhados
e para sempre neles serão lembrados!

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